Japan Rail Pass: vale a pena comprar?
Bilhete especial para turistas permite fazer viagens de trem ilimitadas
O Japão é cortado por mais de 27 mil quilômetros de trilhos de trens e metrôs. Apenas para você ter uma ideia da grandeza, a malha metroferroviária japonesa é mais de 83 vezes maior que a de São Paulo, que conta com 327 km e é a maior do Brasil. Isso significa que trens e metrôs levam você a qualquer lugar.
O emaranhado de linhas e estações até pode assustar em um primeiro momento, mas é tranquilo utilizar (obrigado, Google Maps). Mas não é um meio de transporte que é exatamente barato. Pensando em facilitar o acesso a turistas, a empresa JR, que opera a maior parte das linhas no Japão, oferece um passe exclusivo a estrangeiros que permite realizar viagens ilimitadas, incluindo nos shinkansen (新幹線) — também conhecidos como trens-bala. Trata-se do Japan Rail Pass, uma alternativa que todo mundo que viajar ao Japão deve considerar.
Como comprar
Após obter o visto de visitante temporário (será necessário apresentar cópia do passaporte e do visto), você deve procurar agências especializadas ou adquirir pelo site oficial do JR Pass. Quando viajei ao Japão, meus amigos e eu preferimos comprar pela empresa JBAC, em São Paulo. Fomos pessoalmente, mas também é possível comprar online de outras localidades. Há a cobrança de uma taxa para comprar em agências, mas achamos que compensava pela segurança.
O processo foi muito simples. Chegamos, preenchemos uma ficha, os documentos foram checados, pagamos e retiramos o nosso voucher. É importante ressaltar que a compra só pode ser feita fora do Japão.
Como utilizar
No Japão, procure por um posto da JR para trocar o voucher pelo passe. Esse processo deve ser feito em até 30 dias após a compra.
Há diversas postos para isso, incluindo nos aeroportos de Narita e Haneda e em diversas estações (confira aqui). Como a validade do passe é limitada, achamos que era melhor não trocar imediatamente no aeroporto para que o bilhete durasse até o fim da nossa viagem.
Feito isso, basta apresentar o passe nas cabines nas laterais das catracas da JR. Importante notar que ele só é válido nas linhas dessa operadora. Portanto, o bilhete não pode ser usado nos metrôs de Tóquio, por exemplo. A linha mais útil em Tóquio da JR é a Yamanote Line.
Caso vá utilizar o trem-bala, o JR Pass permite a reserva gratuita de assentos. A programação é feita nos postos da empresa nas estações, apresentando o passe. O cartão irá indicar o vagão onde você deverá embarcar. É só localizá-lo nas sinalizações no chão, após entrar na plataforma. Há vagões específicos para passageiros sem reserva, mas o agendamento é indicado para não ficar sujeito a contratempos.
Preço
Toda essa comodidade tem um preço e não é barato. O JR Pass tem o preço tabelado em dólar, o que pesa para os bolsos brasileiros nos tempos de alta da moeda.
Na categoria regular, o valor é de US$ 279 para 7 dias, US$ 445 para 14 dias e US$ 570 para 21 dias. Também há uma categoria premium mais cara (seria a “primeira classe” dos trens, chamado de Green Car) com alguns benefícios adicionais, mas é um luxo que não é essencial.
Vale a pena?
Você precisa colocar na ponta do papel. Se você pretende ficar apenas em Tóquio por um período curto, talvez não compense. Mas se você tem a intenção de explorar o país, conhecendo outras cidades e regiões, é provável que sim.
Em minha viagem, nosso roteiro incluiu Yokohama, Osaka, Kyoto e Hiroshima. Os translados todos foram feitos de trem-bala. Abaixo estão os preços das passagens que seriam cobradas no nosso itinerário (sem contar viagens locais, como usar a Yamanote Line), de acordo com o Google Maps.
Tóquio-Yokohama: ¥ 17240 (ida e volta)
Tóquio-Osaka: ¥ 29040 (ida e volta)
Tóquio-Hiroshima: ¥ 19240
Hiroshima-Kyoto: ¥ 11420
Kyoto-Tóquio: ¥ 14106
Considerando a cotação de hoje (1 iene = R$ 0,054), a soma daria R$ 4916,48. Já o JR Pass para 21 dias daria R$ 3226,20 (1 dólar = R$ 5,66). Ou seja, para o tamanho da minha viagem, o Japan Rail Pass foi um dinheiro bem gasto.